Esta semana, o blog Slice na Paralela dá espaço para o jornalismo colaborativo e um treinador de tênis conta peculiaridades do estilo de jogo de Rafael Nadal, um tenista com uma história de muita luta, suor e glórias. Chegar ao topo do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) não é uma tarefa fácil e permanecer como número um do tênis mundial é para poucos. E com Nadal não foi diferente. Por quatro anos, o jovem espanhol esteve perto desse sonho, mas pela frente havia uma barreira suíça difícil de ser ultrapassada. Trata-se de Roger Federer, considerado um dos melhores e mais completos tenistas de todos os tempos. Em 2008, Rafael Nadal conquistou o posto de número um do mundo e manteve-se lá até o segundo semestre de 2009.
Tiago Manjourany Leivas, 28 anos, treinador do grupo de alto rendimento da Academia Sanchez Casal, vai analisar aspectos sobre Nadal. O brasileiro que vive na Espanha desde 2007 acompanha de perto os principais jogadores da elite do tênis mundial e conheceu alguns dos também treinadores que trabalham com eles.
O FENÔMENO NADAL
Este artigo falará um pouco de algumas peculiaridades desse jogador, trazendo algumas informações relevantes que são pouco conhecidos. Nadal tem muitas qualidades inatas, mas também muitas que foram trabalhadas com muita dedicação ao longo de sua vida no tênis.
Denominarei algumas particularidades do jogo de Rafael Nadal, alguns destes detalhes são bem sutis, mas se observados com atenção podem ser detectados:
1) No saibro seu movimento é amplo e com muito uso da munheca para gerar rotação a bola e jogar ela mais alta. Quando joga na quadra rápida troca um pouco a empunhadura e faz o movimento curto e plano para dar peso a bola e ser agressivo, movendo menos a munheca.
2) Até os 10 anos jogava com as duas mãos dos dois lados, seu tio vendo que do lado esquerdo tinha mais força pouco a pouco treinou ele para bater com uma mão. Então, para aumentar as possibilidades de se tormar profissional deveriam trocar para um forehand de uma mão.
3) O saque tem uma empunhadura Eastern de revés que ajuda a controlar muito mais os efeitos. Porém, perde qualidade no saque plano. Ele perde sensibilidade nos lançamentos porque não segura a bola com a ponta dos dedos. Dependendo do saque que quer dar, ele muda a posição dos pés. Quando saca com slice fica numa posição mais aberta. No saibro joga com as pernas mais fechadas para facilitar o saque com top spin.
4) A empunhadura do voleio de revés não é continental (Eastern de direita), ele perde força para volear. Nadal tentou melhorar ao trocar para uma empunhadura continental, mas não resolveu. Logo, a solução foi mover o corpo pra frente compensando assim a falta de força na hora do golpe.
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